Bravado: camisetas de turnês serão reaproveitadas em 2025
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Bravado: camisetas não vendidas de turnês serão reaproveitadas

Com apoio de Billie Eilish e sua mãe, empresa da Universal Music lança projeto ambicioso de reciclagem de mercadorias

Bravado: camisetas não vendidas de turnês serão reaproveitadas
Foto: Lars Crommelinck Photography / Wikimedia Commons

A indústria da música está passando por uma revolução silenciosa — e ela começa no guarda-roupa. A Bravado, divisão de merchandising da Universal Music Group (UMG), anunciou uma iniciativa ousada e inovadora: transformar cerca de 400 mil camisetas de turnês antigas e não vendidas em novas peças sustentáveis para artistas.

O projeto, considerado o maior do tipo já realizado no setor, é um marco na busca por práticas mais responsáveis dentro do universo do entretenimento. As informações são da Billboard.

Durante anos, a Bravado acumulou milhares de camisetas e produtos de turnês passadas em seu armazém em Nashville, no Tennessee (EUA). Essas peças, muitas vezes com estampas datadas ou relacionadas a eventos específicos, acabavam sem destino — não podiam ser vendidas, doadas em larga escala ou descartadas sem causar impacto ambiental.

 

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A solução tradicional envolvia incineração ou envio para países em desenvolvimento, práticas que geram poluição e perpetuam desigualdades.

Foi nesse contexto que surgiu a ideia de reaproveitar o material de forma criativa e sustentável, dando nova vida ao que antes era considerado lixo.

As camisetas foram enviadas por navio para Tânger, no Marrocos, onde serão recicladas pela Hallotex, uma empresa especializada em têxteis sustentáveis. Lá, os tecidos serão desfiados e transformados em fios de algodão reciclado. O resultado? Cerca de 280 mil novas camisetas brancas, feitas com 100% de algodão reaproveitado, prontas para receber novas estampas e serem comercializadas por artistas da Bravado a partir do outono de 2025.

Esse processo, que levará cerca de seis semanas, não apenas reduz o desperdício como também diminui a pegada de carbono da produção de roupas novas. É um exemplo claro de como a moda pode se alinhar com os valores ambientais sem perder sua relevância cultural.

Billie Eilish e o ativismo sustentável

A iniciativa tem como uma de suas principais inspirações a cantora Billie Eilish e sua mãe, Maggie Baird. Ambas são conhecidas por seu ativismo ambiental e por pressionarem a indústria da música a adotar práticas mais conscientes. Desde o uso de tecidos orgânicos até a promoção de hábitos sustentáveis entre os fãs, Billie tem sido uma voz ativa na transformação do setor.

Segundo Matt Young, presidente da Bravado, foi a insistência de Maggie Baird que impulsionou a empresa a buscar soluções mais ecológicas. O projeto atual é, em parte, um reflexo do impacto que artistas engajados podem ter sobre grandes corporações.

A Bravado não está sozinha nessa empreitada: em abril, durante o Mês da Terra, cerca de 50 artistas ligados à empresa lançaram produtos sustentáveis em suas lojas online. Representantes das marcas de nomes como The Rolling Stones, KISS, Bob Marley e The Beach Boys participaram da ação, mostrando que a preocupação com o meio ambiente não é exclusividade das novas gerações.

Além disso, colaborações com marcas como Suay, Lost Love e Fashion-Enter têm permitido a criação de peças únicas a partir de estoques antigos, reforçando o conceito de moda circular.

Bravado: o futuro do merchandising musical

Para Dylan Siegler, chefe de sustentabilidade da UMG, o projeto representa apenas o começo. A meta é expandir as práticas sustentáveis para todas as áreas da empresa, reduzindo o impacto ambiental e promovendo uma cultura de responsabilidade: “Estamos apenas arranhando a superfície do que é possível”, afirmou Siegler.

A Bravado, por sua vez, pretende continuar investindo em inovação, buscando novas formas de unir arte, moda e consciência ecológica. A ideia é que, no futuro, todo produto vendido por seus artistas tenha uma história de sustentabilidade por trás — seja por meio de reciclagem, reaproveitamento ou produção ética.

A transformação das camisetas encalhadas em novas peças é mais do que uma solução logística: é um símbolo de mudança. Em um mundo cada vez mais atento às questões ambientais, iniciativas como essa mostram que é possível conciliar criatividade, comércio e responsabilidade.

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E quando artistas como Billie Eilish lideram esse movimento, o impacto vai muito além dos palcos — ele chega aos corações e mentes de milhões de fãs ao redor do mundo.

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