Música gravada mira US$ 110 bilhões até 2032
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Indústria da música gravada mira US$ 110 bilhões até 2032 com crescimento global

Relatório da MIDiA Research revela projeções ambiciosas para o setor musical, com destaque para mercados emergentes, plataformas alternativas e expansão de direitos

Indústria da música gravada mira US$ 110 bilhões até 2032 com crescimento global
Foto: Divulgação

A indústria da música gravada está prestes a entrar em uma nova era de expansão. Segundo o relatório anual da consultoria MIDiA Research, publicado recentemente, o mercado global de música gravada deverá atingir US$ 110,8 bilhões em receita até 2032.

Essa projeção representa um salto significativo em relação aos números atuais e reflete uma transformação profunda nas dinâmicas de consumo, distribuição e monetização da música.

O relatório, intitulado Recalibration, aponta que o crescimento da indústria musical está passando por uma fase de oscilação. Após um ano de forte expansão em 2023, o ritmo desacelerou em 2024, com crescimento de apenas 4,3%. Essa variação é atribuída à maturação do streaming — principal fonte de receita — e à queda nas vendas físicas, que ainda exercem influência relevante sobre os resultados globais.

A MIDiA destaca que o futuro da indústria dependerá de uma recalibração estratégica, com foco em novas fontes de receita e maior diversificação geográfica. A era de crescimento linear e previsível parece ter ficado para trás, dando lugar a um cenário mais complexo e dinâmico.

Um dos pontos mais relevantes do relatório é a ascensão dos mercados não ocidentais. Cerca de 80% do crescimento de assinantes de plataformas de música veio de países fora do eixo tradicional, com destaque para a China, que se tornou o quarto maior mercado de música gravada do mundo. Essa mudança está impulsionando uma corrida por catálogos e artistas locais, com grandes gravadoras investindo em repertórios do chamado Sul Global.

Essa tendência reflete não apenas o aumento da renda disponível em países emergentes, mas também o avanço da conectividade e o uso massivo de smartphones, que facilitam o acesso à música digital.

A música gravada e suas novas fontes de receita

A projeção de US$ 110,8 bilhões considera uma visão maximalista do mercado, incluindo não apenas as receitas tradicionais — como streaming, downloads, vendas físicas, sincronização e direitos de execução — mas também novas categorias: Streaming fora das plataformas tradicionais (não-DSP), como TikTok e outras redes sociais; direitos expandidos, que englobam participação das gravadoras em shows, merchandising e parcerias de marca; licenciamento audiovisual, com músicas sendo usadas em documentários, filmes e séries; música de produção, voltada para trilhas sonoras e conteúdo comercial e artistas e selos independentes, que representam uma fatia crescente do mercado.

Essa abordagem amplia o escopo da indústria e reconhece que o valor da música vai muito além das plataformas de streaming.

Na visão mais conservadora do relatório — que exclui os direitos expandidos — a receita dos selos musicais deve alcançar US$ 51,2 bilhões até 2032. Isso mostra que, embora o mercado esteja crescendo, os modelos tradicionais precisam se adaptar para manter relevância e competitividade.

Gravadoras que antes dependiam exclusivamente da venda de álbuns e contratos de distribuição agora precisam atuar como gestoras de marcas, explorando múltiplos canais de monetização e investindo em tecnologia, dados e parcerias estratégicas.

Apesar das projeções otimistas, o relatório alerta para os desafios que acompanham esse crescimento. A desaceleração do streaming, a saturação de alguns mercados e a necessidade de regulamentações mais claras sobre direitos autorais e uso de inteligência artificial são pontos que exigem atenção.

Por outro lado, a expansão da música independente, o fortalecimento de comunidades locais e o uso de plataformas alternativas oferecem oportunidades para inovação e inclusão. A indústria está se tornando mais plural, com espaço para diferentes vozes, estilos e modelos de negócio.

O relatório da MIDiA Research traça um panorama ambicioso e multifacetado para a música gravada até 2032. Com esta projeção financeira para os próximos sete anos, o setor se prepara para uma nova fase marcada por diversificação, globalização e reinvenção.

Para artistas, gravadoras e plataformas, o desafio será acompanhar esse ritmo de mudança sem perder a essência que torna a música uma das formas de arte mais universais e emocionantes do planeta.

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